Coment�rios

Ana Cardoso (Artista Pl�stica), 2001


"Nasce de um jogo dos opostos a sua pintura. O imagin�rio de Ana Garrett povoado de simbol�smos transp�e para as telas a velha luta do bem e do mal.

As lendas Celtas e toda a sua magia est�o presentes nas suas obras que nos levam a passear por entre mundos paralelos.

Os tons frios de onde surgem figuras m�ticas encantadas rodeados de s�mbolos celtas a ouro que vibram nesta mistura que existe no interior de cada um de n�s e que p�e a sociedade, tal como a conhecemos, de poder imposto a ferro e fogo versus uma sociedade ut�pico - imagin�ria."


Victor Lages (Artista Pl�stico, Escultor), 2001


"Portais do Encantamento � uma exposi��o que nos transporta para um mundo de encantar onde o real e o imagin�rio se tocam, onde o bem, o amor, a simplicidade e a humildade s�o a base destes portais, reflectindo assim, o pr�prio sentimento e o mundo interior da artista.

Portais porque s�o portas abertas para uma m�stica de encantar, onde o elemento ar est� sempre presente tanto nas borboletas, como na leveza das imagens, na cor azul do c�u e na pr�pria estrutura da composi��o, em que as pedras est�o suspensas no ar criando como que uma poesia encantada. Por outro lado os vitrais j� por serem, transparecem leveza, as cores tamb�m elas transparentes e as imagens de pequenos duendes alados remetem-nos de novo para o mundo m�stico e ao mesmo tempo real e intemporal.

� esta fantasia de encantamento que tem sido a tem�tica utilizada pela Ana Garrett nestes �ltimos anos nos seus trabalhos tanto na pintura como nos vitrais que pinta. Conheci a Ana Garrett h� uns tr�s anos atr�s, nessa altura os trabalhos que ela fazia j� mostravam uma forte liga��o ao mundo m�stico utilizando s�mbolos, no entanto, a t�cnica da pintura e composi��o ainda mostravam falta de maturidade. Agora, os seus trabalhos apresentam j� uma boa qualidade tanto t�cnica como criativa tendo a artista uma grande capacidade de trabalho, produzindo a um bom ritmo todas as pe�as que se prop�e fazer."


Jos� Eliseu (Escultor, critico de arte), 2002


"Ana Garrett � uma jovem artista que por intui��o come�ou por apresentar uma pintura de raiz africana a fazer lembrar o Simbolismo de Malangatana. Depois alicer�ou a sua express�o e aproximou-se pouco a pouco da abstrac��o onde os coloridos imperavam.

Sempre pronta a mudar o rumo a uma rota pura de insatisfa��o, rompe de vez com esta �ltima corrente para se ligar a um mundo que h� muito vinha namoriscando, o grupo dos hiper realistas visionistas, Victor Lajes, Vieira Baptista e Gustavo Fernandes.

H� na sua pintura actual um gosto muito requintado pela magia dos contos de fadas, num mundo recheado de duendes, bichos, monstros e por todo um verdadeiro mist�rio envolvente.

� uma pintura com sede de realismo em que a boa pincelada harmoniza todo um conjunto bem temperado que equilibra um trabalho bastante original."


Fernando Grade (Cr�tico de Arte, Pintor, Escritor e Investigador Liter�rio), 2003


"Qualquer autor pl�stico procura ter uma voz pr�pria. Ana Garrett afigura-se-nos uma artista inquieta, em busca de um tomo pessoal. Partiu de um certo pressuposto do abstraccionismo, mais ou menos informalista, para uma proposta r�gida � em termos estruturais -, onde explicita agora uma concep��o porventura para-filos�fica do mundo e da vida. Integra-se numa corrente (n�o sei se ser� abusivo da parte do cr�tico consider�-la teos�fica...), corrente, essa, em que os s�mbolos predominam: temos ent�o, as borboletas, os animais espantados, as placentas, os ovos, o frisson dos objectos solit�rios, tudo bem suspenso no plano, �s esc�ncaras, sem dinamitar o suporte, tudo respira liberto; v�-se n�tido, o que a autora quer significar e propor. Pretende cativar-nos para um est�dio de pensar e de sentir onde o que est� em baixo � igual ao que est� em cima, o infinitamente grande e o infinitamente pequeno s�o irm�os, quer-se dizer: foram paridos pela mesma matriz.

Trata-se de uma linguagem que gravita entre o ocultismo e a cabala, entre a alquimia (Paracelso) e alguma hermen�utica profana. Acredito que a viagem ainda jovem de Ana Garrett vai prosseguir. N�o creio que fique por aqui."